Tenho saudades, muitas... do tempo em que a minha alma estava calma, em que o meu pensamento tinha encontrado um trilho, inconstante mas existente, que seguia para um mesmo fim.
E no resguardar das minhas loucuras, que são realmente os alicerces que não me deixam ruir, ao despi-las, ao sentar-me no sofá sem bússola, vejo o quanto elas me são essenciais e o quanto estaria perdida sem elas, de vez.
Ironicamente o que leva os outros ao declínio, em mim é o que me sustem, pois que o que me concede sanidade é tudo o que o mundo dos loucos pode abranger, os sonhos e uma brincadeira ínfima que me dá combustível para a vida, afinal, sempre soube que não era feita da mesma fibra dos demais.
Por vezes paro, faço um desvio à realidade e visito-me por dentro, escrevo textos e ouço musica que me causa acelerações cardíacas, retiro pesos espirituais.
Fico a espera que a minha salvação volte, que a realidade passe e que retorne para a minha distração mental. Tenho saudades, muitas...