domingo, 15 de fevereiro de 2015

colisões de mundos (i)reais

Tenho saudades, muitas... do tempo em que a minha alma estava calma, em que o meu pensamento tinha encontrado um trilho, inconstante mas existente, que seguia para um mesmo fim. 
E no resguardar das minhas loucuras, que são realmente os alicerces que não me deixam ruir, ao despi-las, ao sentar-me no sofá sem bússola, vejo o quanto elas me são essenciais e o quanto estaria perdida sem elas, de vez. 
Ironicamente o que leva os outros ao declínio, em mim é o que me sustem, pois que o que me concede sanidade é tudo o que o mundo dos loucos pode abranger, os sonhos e uma brincadeira ínfima que me dá combustível para a vida, afinal, sempre soube que não era feita da mesma fibra dos demais.
Por vezes paro, faço um desvio à realidade e visito-me por dentro, escrevo textos e ouço musica que me causa acelerações cardíacas, retiro pesos espirituais. 
Fico a espera que a minha salvação volte, que a realidade passe e que retorne para a minha distração mental. Tenho saudades, muitas...

terça-feira, 3 de junho de 2014

Tens sono da vida

Passas-me as mãos num dedilhar delicado
Não penso, não deixo que o que sou me arranque o telhado,
Evito, desligo a humanidade perdida,
Recuperá-la? Talvez, quem sabe numa outra vida.
E sinto a ferida, do passado, que ficou,
Não se apagam as memórias 
elas comandam o que sou,
Não brigo com elas, deixei-as ficar,
Não peço desculpa por elas, 
Elas acabam por mandar.
E todos somos hoje por aquilo que fomos, 
Melhor, pior, azar, ou aceitas ou foges,
Não sou de mente vazia, tenho overdoses por dia,
Pensamentos inerentes às consequências da vida.
Já não choro à toa, de consciência perdida,
Não sou menina, sou mulher, 
Estou presa à minha Sina, 
 Olhos limpos, ideias fixas, 
Sou escrava do que me determina, 
e sei bem o que me fascina.
E olhas-me com carinho testando o meu beijo,
mas depois metes a máscara mostrando o desejo,
Não mata mas moi, o que o fundo eu vejo,
Uma alma perdida, sentida, sem fundo e com bocejo.

Tens sono da vida e não deixas que te dê uma injeção de adrenalina. 


quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

lejos de todo

Jamais entenderei as efemeridades. Jamais conseguirei dar sentido e profundidade a "algos" que têm curtas durações. Nunca, jamais. 
É como se alguém estivesse a falar mandarim comigo, numa ânsia desmedida de me convencer que aquilo que esta a dizer é o certo. Não perceberia a língua, tampouco o que quereria dizer. 
As "pessoas do hoje", como gosto de lhes chamar, são como os chineses, espalham-se por todo o mundo carregadas de "desejos do agora", efemeridades e enfermidades que culminam na sociedade do alvo fácil. E espalham-se, como uma doença que infecta mas não mata, que fica lá, danifica, mas com a qual se pode viver. 
Não sou uma pessoa de pensamentos, atitudes e ambições passageiras, sou demasiado sonhadora para isso ou para deixar morrer seja qual for a minha vontade. 
Jamais. 



"e no lo entiendo, fué tan efímero, el caminar de tu dedo en mi espalda dibujando un corazón..."

sábado, 14 de dezembro de 2013

Uma vez mais a condição do que não percebo

Um dos meus grandes problemas, é que eu sinto saudades de tudo, de pessoas, de lugares, de momentos, de sorrisos, de abraços, de beijos, de olhares, do que tive, do que tenho e do que irei ter. Sim, porque ter saudades não é só sobre aquilo ou quem se teve, mas pelo que se quer ou se sonha ter. Porque ainda que o corpo não o tenha experienciado, a nossa mente e o nosso alma já nos transportaram até lá milhões de vezes, consciente ou inconscientemente, e, por momentos, aquele momento foi nosso. Fechámos os olhos e sentimos toda uma vivencia sensorial imaginada mas que se torna bem real. Sonhamos acordados, sentimos o vento, os cheiros, os toques, ouvimos claramente os sons e a banda sonora perfeita para cada uma dessas utopias. 

Sou toda uma essência saudosista que não consegue desligar-se de si própria.
Tenho saudade em mim, tenho no sangue uma linhagem de emoções que já não se fabricam nestes dias, uma constelação de pensamentos indissociáveis e imutáveis àquilo que me define. Tenho medo da solidão por perceber que os outros não pensam como eu, não vêm o mundo como eu, e não conseguem sequer ligar as condutas do que lhes vai dentro. Não falam por medo das palavras, não sentem por medo da dor, não vivem por medo da vida. E isso a mim é a maneira mais ridícula de existir!

Um AMEM aos poucos resistentes que se prestam aos turbilhões de pensamentos, sentimentos e valores, uma vénia a quem não desiste do verdadeiro modo de viver!

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Renascer

Há dias em que por mais que se tente não conseguimos usar palavras para explicar emoções, sentimentos, pensamentos, devaneios que nos sobem à cabeça querendo possuir-nos de todas as maneiras. Hoje foi um dia assim. Sinto-me sem palavras, sem qualquer modo de poder exprimir o que ... 

e com esta mudez renasci, que é só o que sei neste momento, renasci ao fim de quase 2 anos de coma emocional, um Nada que criei como um cobertor de inverno, que me mantivesse no meu mundo apenas, longe da intervenção de quem quisesse entrar por algum motivo. Quando dei por mim o cobertor já não saía, estava colado a mim como uma sombra que se mantêm ali, independentemente do que façamos. 

Consegui por fim destapar-me desta monotonia fazia. Renasci, deixei a luz entrar e tenho a certeza veio para ficar. Continuo sem palavras para descrever a minha ressurreição, mas senti-la, só por si, é mais que suficiente!





Obrigada vida !

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

copo meio cheio

eu tento desmitificar-me, a mim, a isto, sei lá. estou cheia de nadas que me fazem perguntas parvas e sem nexo. estou a cansar-me do modo apático do meu ser (não)emocional em que me encontro. 
o estar bem já não me chega. preciso dos nervos, das mãos frias e da ansiedade. preciso de me perder nos sonhos acordados e nos campos férteis da minha imaginação que tirou férias há uns bons tempos. preciso até da dor, para saber se afinal de contas ainda sobra alguma coisa desta alma há muito apagada.


e no entanto voltar a viver seria tão fácil quanto clicar num interruptor
um click certo pela pessoa certa
um click

sábado, 27 de julho de 2013

Disto

preciso disto. preciso desta loucura desmedida, desta luz que já fulcral se encontra para a minha sã existência. preciso disto. preciso de pensar, de sentir o amor que me tens mas que ainda não sentes, de ver na minha mente o calor da nossa história que está por vir. e sei. e quero. e acredito, piamente. um dia este "será", acabará por ser. e passaremos a ser um ser presente, 
que vive no agora, rodeado de respirações sentidas. 
se estou louca então que esteja, aceito de bom grado a minha condição. não pararei. não desistirei. sou louca, eu sei. sou demasiado "alá" do compreensível. sou quem quer compreender o incompreendido. sou quem gosta do mau para o poder tornar bom. ou então porque simplesmente gosto dele. sou feliz. sou tonta. mas nada me pára. 
sou sonho e alma e força que corre, sempre em frente.
Preciso disto.