sábado, 14 de dezembro de 2013

Uma vez mais a condição do que não percebo

Um dos meus grandes problemas, é que eu sinto saudades de tudo, de pessoas, de lugares, de momentos, de sorrisos, de abraços, de beijos, de olhares, do que tive, do que tenho e do que irei ter. Sim, porque ter saudades não é só sobre aquilo ou quem se teve, mas pelo que se quer ou se sonha ter. Porque ainda que o corpo não o tenha experienciado, a nossa mente e o nosso alma já nos transportaram até lá milhões de vezes, consciente ou inconscientemente, e, por momentos, aquele momento foi nosso. Fechámos os olhos e sentimos toda uma vivencia sensorial imaginada mas que se torna bem real. Sonhamos acordados, sentimos o vento, os cheiros, os toques, ouvimos claramente os sons e a banda sonora perfeita para cada uma dessas utopias. 

Sou toda uma essência saudosista que não consegue desligar-se de si própria.
Tenho saudade em mim, tenho no sangue uma linhagem de emoções que já não se fabricam nestes dias, uma constelação de pensamentos indissociáveis e imutáveis àquilo que me define. Tenho medo da solidão por perceber que os outros não pensam como eu, não vêm o mundo como eu, e não conseguem sequer ligar as condutas do que lhes vai dentro. Não falam por medo das palavras, não sentem por medo da dor, não vivem por medo da vida. E isso a mim é a maneira mais ridícula de existir!

Um AMEM aos poucos resistentes que se prestam aos turbilhões de pensamentos, sentimentos e valores, uma vénia a quem não desiste do verdadeiro modo de viver!