terça-feira, 3 de junho de 2014

Tens sono da vida

Passas-me as mãos num dedilhar delicado
Não penso, não deixo que o que sou me arranque o telhado,
Evito, desligo a humanidade perdida,
Recuperá-la? Talvez, quem sabe numa outra vida.
E sinto a ferida, do passado, que ficou,
Não se apagam as memórias 
elas comandam o que sou,
Não brigo com elas, deixei-as ficar,
Não peço desculpa por elas, 
Elas acabam por mandar.
E todos somos hoje por aquilo que fomos, 
Melhor, pior, azar, ou aceitas ou foges,
Não sou de mente vazia, tenho overdoses por dia,
Pensamentos inerentes às consequências da vida.
Já não choro à toa, de consciência perdida,
Não sou menina, sou mulher, 
Estou presa à minha Sina, 
 Olhos limpos, ideias fixas, 
Sou escrava do que me determina, 
e sei bem o que me fascina.
E olhas-me com carinho testando o meu beijo,
mas depois metes a máscara mostrando o desejo,
Não mata mas moi, o que o fundo eu vejo,
Uma alma perdida, sentida, sem fundo e com bocejo.

Tens sono da vida e não deixas que te dê uma injeção de adrenalina.