terça-feira, 20 de outubro de 2009

Senti

Senti-te como o papel;

Deste-me a mão;

E na quentura da tua pele,

Amparaste-me a solidão


Mas cedo me ensinaste,

Que não é o toque o melhor professor,

Na amargura que trago ao peito,

Trago também o teu amor.


Por entre as linhas das mãos,

Por entre as etapas da vida,

Aprendi da pior maneira a dor,

De que é ser ferida!


E é na escrita que me refugío,

E é na música que me embalo;

Digo adeus a este sentimento,

Que no meu eu agora calo.



(confissões passadas)

sábado, 10 de outubro de 2009

Qualquer coisa de nada


Posso fazer-te uma pergunta? És feliz? É que tudo mostras menos isso.
Quando chegaste ate mim e me cumprimentaste, quando me sorriste e os meus olhos fixaste, tudo parecia tão normal de acontecer. Quem visse aquele quadro não diria que já não somos amigos, quem o visse não diria que tu "não podias"... o mais engraçado é que, "nem eu"...
Tornaste aquele pedacinho de estrelas e lua tão simples e natural que de repente tudo tinha recuado; o tempo, os pensamentos, as atenções, as respostas e provocações. Numa mesa de amigos, uns copos expostos, usados, e outros a serem trocados, risadas, piadas e outras historias contadas. Oh meu Deus, há quanto tempo! Falavas com a miúda e dizias que essa flor era bonita, mas que era linda a que agora, com teus olhos, vias.
Não sei o que desencadeou o teu fervor nem a tua mente, não sei o que possibilitou o teu toque novamente, mas naquela noite, nada seria no actualmente, tendo o tempo recuado com tal brusquidão, que momentos não planeados foram levados pela emoção.
Tu nunca entenderás, como foste...
Tu nunca saberás, quem foste...
Porque só tu, sim, só tu, e para desgraça de minh'alma, tocaste os meus cabelos e de olhos serrados lhes sentiste o aroma, acariciaste minhas mãos admirando a forma, persuadiste-me tudo! de um só toque.
Sabes... para mim, tu não és feliz.