domingo, 10 de abril de 2011

hoje tive uma noite em que agradecia se me raptassem e me levassem para outra cidade, mundo, estado de alma. queria que me apagassem todas as dores que já tive, as que tenho e as que virei a ter. doi saber que doeu, que doi e que vai doer. hoje lembrei-me de tudo o que fez parte de mim, foi como se estivesse a assistir ao filme da minha própria vida, em que imagens me passavam em frente aos olhos, enquanto disfarçava sorrindo, e me embriagando na musica que tocava. pensei no muito no meu presente, mas o facto de lembrar o meu passado despoletou a lembrança de todo ele. lembrei-me do meu passado recente, do 'ante-recente', do que aconteceu antes desse, e do primeiro de todos. lembrei.me que não vejo alguns desses meus passados há muito, e que gostava de ver, para confirmar com os meus olhos que estão bem. vi um deles, e de me querer lembrar acabei por esquecer o aniversário de uma das pessoas mais importantes que já tive na vida. vergonha em mim. mais uma vez lembrei a dor que alguns desses passados me provocaram. prometi para mim mesma lembrar-me sempre, pois e isso que me protege de uma dor futura. prometi também esquecer dessa mesma dor, para não ter que a lembrar no peito. tudo esta diferente, todas as ruas, a cidade, os espaços... talvez seja eu, que não mais pertenço aqui, mas se esta não e a minha casa então não sei qual será. sou uma sem-tecto emocional, não tenho quem me agarre, quem não me minta... sou calma e raiva, crepúsculo e tempestade, um norte sem sul, um sul sem nada que me prenda aqui, neste deserto de mim...

domingo, 3 de abril de 2011

Pedes-me que arrombe a porta para que o fantasma saia. Não consigo, não tenho força suficiente, a porta é persistente e consistente. E escondes-te no armário, qual criança com medo do escuro, mas que se fascina pela adrenalina desse medo. Queres sair dali, pedes ajuda, gritas em silêncio para que ninguém te ouça, ainda que haja quem o faça, como eu. A minha intervenção nada pode fazer por abrir a porta, porque eu não consigo derrubá-la e tu és o único que possui a chave. Há dias em que me pedes que fique contigo, amparando-te e dando-te a segurança do meu colo, há outros, em que te isolas de mim. Nada posso fazer, não te posso obrigar a falar comigo, mas a amizade tem de ter ambos os contributos, o meu e o teu, ela não sobrevive apenas com o meu lado, com a minha preocupação e a minha vontade de partilhar vida.

E eu parto, para que tu penses, reflictas, sobre os teus medos e quereres.

Vou levar o teu perfume comigo.

sábado, 2 de abril de 2011


pic. dev.A by *blondepassion



vou ficar aqui, nesta minha quietude, observando o que me rodeia. apenas espectador, sem intervir, algo que queres mas não deixas que aconteça. a esta distancia consigo cheirar o teu medo, o teu conflito interior, que constantemente te atormenta. a esta distancia consigo Ver e ficar na segurança da solidão, que é triste, mas não me faz pensar...