domingo, 3 de abril de 2011

Pedes-me que arrombe a porta para que o fantasma saia. Não consigo, não tenho força suficiente, a porta é persistente e consistente. E escondes-te no armário, qual criança com medo do escuro, mas que se fascina pela adrenalina desse medo. Queres sair dali, pedes ajuda, gritas em silêncio para que ninguém te ouça, ainda que haja quem o faça, como eu. A minha intervenção nada pode fazer por abrir a porta, porque eu não consigo derrubá-la e tu és o único que possui a chave. Há dias em que me pedes que fique contigo, amparando-te e dando-te a segurança do meu colo, há outros, em que te isolas de mim. Nada posso fazer, não te posso obrigar a falar comigo, mas a amizade tem de ter ambos os contributos, o meu e o teu, ela não sobrevive apenas com o meu lado, com a minha preocupação e a minha vontade de partilhar vida.

E eu parto, para que tu penses, reflictas, sobre os teus medos e quereres.

Vou levar o teu perfume comigo.

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