terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Silêncio


Estou aqui. Sou levada pela maré arrepiante que inundou o meu quarto, o meu espaço de sossego e tranquilidade, que me faz encontrar quando estou perdida... Mas agora até esse foi destruído pelo gelo das águas marinhas que me levam e me afogam na profundidade dos meus desejos, actos, pensamentos... Acredito. Somos o nosso pior inimigo, e por mais que a profundidade seja assolada pela falta de luz e assombrada pelas dores do passado, não é suficientemente profunda e assustadora para eu me ter como amiga de mim própria... As criaturas falam comigo, tentando entender porque não luto; a resposta é simples, mas não vem. Estou muda para explicar o que quer que seja sobre o porquê desta tormenta, não há som no mundo que justifique a falta de actos... Eu podia nadar contra a corrente, agarrar-me a uma rocha ou a uma raia que estivesse de passagem, apenas para sobreviver, mas não... Estou paralítica de quaisquer tipo de movimentos, e a corrente que me puxa é contrária ás que se conhecem; esta suga-me do cimo para o fundo do oceano... Onde irei parar? Não faço ideia, nada pergunto, nada respondo; estou perdida, estou muda.

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