domingo, 7 de fevereiro de 2010

Sonho



Vejo os despojos desta estrada que me guia na minha viagem,
Vejo os pássaros chilreando á minha volta,
Sinto o vento breve, solto, que vai de passagem,
Sinto o cheiro da terra, da erva, da lágrima que se solta

E vejo-te no meu pensamento e no meu sorriso,

E vislumbro a tua figura á minha frente deparada,

Porque nada me faz bem ver, e por isso,
Estarei eu na direcção certa desta caminhada?

Os pirilampos que agora brilham na penumbra,
Que iluminam o meu trajecto de luar,
Dizem ser um bom caminho este,
Que menos obstáculos irei encontrar

Mas questiono-me sobre tal situação,

Em que pedras e rochas e areias se fundem na terra seca,

Em que buracos e outras profundidade estão em união,

da madre vida que me contesta:


E onde vais tu então?
Porque percorres tamanha longitude?

Não será todo este percurso em vão?

Num posterior sofrimento que urge?

E por dois momentos reflicto,

Sendo eles o peito e a razão,

Em que por conhecimento adquirido e convicto
lhe respondo de Pena na mão:

Quem sou eu para saber?

Se és tua a vida que tudo sabe?

Apenas sou tua viajante,

Que espera chegar ao fim da nebolusidade


E assim continuo, contente,

Que a vida me acompanhe e que se cale,

Pois que os pirilampos me iluminam
na corrente
deste vento, breve, liso, suave...

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