Vejo os pássaros chilreando á minha volta,
Sinto o vento breve, solto, que vai de passagem,
Sinto o cheiro da terra, da erva, da lágrima que se solta
E vejo-te no meu pensamento e no meu sorriso,
E vislumbro a tua figura á minha frente deparada,
Porque nada me faz bem ver, e por isso,
Estarei eu na direcção certa desta caminhada?
Os pirilampos que agora brilham na penumbra,
Que iluminam o meu trajecto de luar,
Dizem ser um bom caminho este,
Que menos obstáculos irei encontrar
Mas questiono-me sobre tal situação,
Em que pedras e rochas e areias se fundem na terra seca,
Em que buracos e outras profundidade estão em união,
da madre vida que me contesta:
E onde vais tu então?
Porque percorres tamanha longitude?
Não será todo este percurso em vão?
Num posterior sofrimento que urge?
E por dois momentos reflicto,
Sendo eles o peito e a razão,
Em que por conhecimento adquirido e convicto
lhe respondo de Pena na mão:
Quem sou eu para saber?
Se és tua a vida que tudo sabe?
Apenas sou tua viajante,
Que espera chegar ao fim da nebolusidade
E assim continuo, contente,
Que a vida me acompanhe e que se cale,
Pois que os pirilampos me iluminam
na corrente deste vento, breve, liso, suave...
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