segunda-feira, 1 de março de 2010

O que é que eu quero?


É irónico pensar sobre aquilo que queremos, pois nunca temos o bastante, e queremos sempre mais, e mais e mais, e mudar aquilo que já temos, e alcançar novos objectivos, somos a ganancia em substancia pura, por limar. Eu, por exemplo, queria tanta coisa ao mesmo tempo, queria que o mundo parasse, que os animais falassem, queria que fosse tudo mais fácil, queria ter o protótipo de nariz perfeito ou ainda o de beleza ideal, queria que os "meus" não sofressem, talvez para que eu n sofresse com eles e eles comigo quando sou eu a sofredora; queria que me dissessem uma vez na vida que me amam, com uma força imbatível de verdade na fonética de cada letra da palavra "Amo-te", queria que os olhos de alguém brilhassem ao ver-me, queria que alguém cuidasse de mim como um anjo da guarda que me protegesse e me perguntasse todos os dias se estou bem; queria não querer tanto para não parecer excessivamente egoísta como devo parecer agora, queria que o tempo voltasse para trás e pudesse emendar erros e escolhas, queria voltar a Novembro para ver o brilho no ar que se instalava, queria que não tivesses mudado, queria por vezes ter o poder de desaparecer e acreditar nos contos de fadas, ou historias igualmente fantasiosas... queremos tanto que até nos baralhamos, conduzindo à duvida, e acabamos por ver que, na realidade, não sabemos o que queremos.


"Come back, come back to me"
Atonement

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